quarta-feira, 14 de março de 2012

Estojos e necessaires

Estojos e necessaires

organizador de bolsa

Meus trabalhos

Um pouco de mim

Desde criança me vi mergulhada em tecidos, moldes e retalhos.
Minha mãe gostava de fazer algumas roupas para mim e ao meu irmão. Sentava-me ao seu lado, ao som da máquina de costuras, com minhas bonecas e fingia que cortava e costurava roupinhas para elas.          Minha mãe me dava alguns retalhos que eu cuidadosamente escolhia. Cortava e recortava, vestia as minhas bonecas com saias, blusinhas e vestidos. Eu ficava entretida com os retalhos por horas, enquanto minha mãe preparava os vestidinhos, que até hoje estão ternamente guardados na minha memória.
Quando me tornei uma mocinha, minha mãe ainda costurava para mim, agora escolhia meus próprios modelos, comprávamos os tecidos e eu mesma tirava os moldes das revistas “Manequim”, a nossa preferida, e outras importadas como “Burda”.  Quando não encontrava o modelo que eu queria, eu mesma desenhava e minha mãe tratava de tornar realidade o que eu idealizava.
Mas surgiu o Shopping e havia mais facilidade para adquirir roupas lindas e eram mais baratas do que as confeccionadas em casa. Assim, o hábito de se fazer roupas em casa foi esquecido, mas sempre fui muito cuidadosa com a qualidade dos tecidos, texturas, estampas e cores de qualquer peça. A combinação de cores foi sempre um cuidado que tive.
Um dia, há muitos anos, passando por uma banca de revistas, vi uma coleção que se iniciava naquele mês, de uma editora argentina, Nett. Trazia um fascículo muito bonito com trabalhos encantadores. Neles,  usavam retalhos cuidadosamente combinados, resultando em toalhas, painéis e colchas de fazer-me sonhar acordada! Aquela matéria ensinava todas as técnicas de um trabalho que minha avó já fazia pelos anos : o  patchwork, ,ou  a união de retalhos.  
Concluída minha coleção, fiquei orgulhosa dela e a mostrei para a minha amiga Thaís. Naquela época, éramos apaixonadas pelo ponto cruz, bordávamos juntas e nos presenteávamos com trabalhinhos. Ela me perguntou se a partir daquele instante eu  faria trabalhos de patchwork.
Eu respondi que não ! Que aquilo era apenas para eu sonhar! Patchwork só seria possível em tempo de aposentadoria...
Mas o tempo passou, esqueci o patchwork e minha dedicação ficou somente para minha carreira. Sou professora de inglês. Costurei os dias com  amor para as crianças e adolescentes, meus alunos, e segui entre as temidas dificuldades financeiras e trabalho duro.
E aí, eis que surge em minha vida, novamente, o patchwork! Um novo mundo insistia em se abrir! Revistas especializadas, tecidos lindos e inspiradores - nacionais e importados-, feiras de artesanato (Mega artesanal) e especializadas, só de patchwork! Não consegui resistir!
Antes de chegar à minha demorada aposentadoria já estava fazendo trabalhinhos de panos bem combinados; os quais mostrei para a Sônia, minha colega de trabalho e amiga, e ela adorou! Deu-me a maior força, fazendo uma porção de encomendas! Fiquei tão feliz em saber que além de lecionar, eu posso também ser uma artesã e fazer alguém feliz, tanto quanto fico feliz em realizá-los...
Eu não podia imaginar que o amor pela costura, tecidos em meu coração por minha avó e por minha mãe, anos atrás,  marcariam tanto o meu caminho presente.
Hoje, digo com um sorriso nos lábios, que patchwork é uma encantadora forma de me vincular aos mais belos sentimentos redescobertos em minha essência.  É um prazer e uma dedicação que me renova.